Diz-me
se ainda és o meu fogo
e se acendes a cinza
dos nossos sonhos carbonizados,
se és tu que desperta a ave magoada
que se move
no fluxo do meu sangue.
Diz-me
se te voltarei a encontrar
junto das horas enevoadas;
e se eras tu quem eu via
na infinita dispersão do meu ser;
se ainda beijas os meus poemas
que escrevia com a mão descrente
e com estes dedos que ainda cheiram a ti.
Sabes bem,
que basta um sopro, um suspiro,
para que tudo renasça!
Para que a tua voz
acenda o lume do desejo
sem medo das ciladas do tempo.
E diz-me,
que ainda arde na pele
o perfume dos nossos corpos
e que queres dar à minha boca fatigada
os teus lábios para adormecer.
albino santos
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