Parei
de escrever. Espero-te.
Uma nuvem de pombos paira incessante sobre o lugar onde me encontro. Aqui, ouve-se tudo. Ensurdecedora é sempre a esperança, quando o mais leve rumor me faz supor que são os teus passos. Vem então o quente da memória tornar a tua imagem evanescente sob a breve comoção dos plátanos...
Vou à janela, ouço ainda melhor o ruído do vento, explodindo obsessivo do outro lado do rio, lambendo as frestas entre o arvoredo. Parece-me ouvir a doce surdina do teu corpo, mas, de certa forma, escuto atentamente a solidão. Eu e o meu gato na mais genuína cumplicidade.
albino santos
*Reservados Todos os Direitos de Autor
Uma nuvem de pombos paira incessante sobre o lugar onde me encontro. Aqui, ouve-se tudo. Ensurdecedora é sempre a esperança, quando o mais leve rumor me faz supor que são os teus passos. Vem então o quente da memória tornar a tua imagem evanescente sob a breve comoção dos plátanos...
Vou à janela, ouço ainda melhor o ruído do vento, explodindo obsessivo do outro lado do rio, lambendo as frestas entre o arvoredo. Parece-me ouvir a doce surdina do teu corpo, mas, de certa forma, escuto atentamente a solidão. Eu e o meu gato na mais genuína cumplicidade.
albino santos
*Reservados Todos os Direitos de Autor

Não!! Não poeta! Não pares de escrever, não deixes que só o vento preencha os espaços, vagos de poemas e prosas.Abre todas as janelas - da alma e do coração - da casa, dos sonhos, da esperança; deixa que o sol beije a folha de papel e incendeie as letras, para que se enfeiticem e se juntem. Se prendam num bailado louco, se doem numa entrega sem fim e façam brotar o mais belo poema de vida.
ResponderEliminarAquele que apaga a solidão, que enterra a distância e preenche o vazio.
Uma cumplicidade saudável, porque um gato é companheiro atento; vai ser ele que te vai mostrar a chegada mais aguardada de todas....
Um poema de nostalgia e sonho esfumado, mas onde a esperança não pode morrer.
Belo AL, como sempre, de mestre.
Beijo de luar
Andando eu por aqui a vestir-me de bela poesia (sua) ainda bem que não parou.
ResponderEliminaràs vezes temos de fazer uma pausa.
Bonito momento este cheio de nostalgia e solidão.
Uma solidão onde vai de certeza voltar a encontrar se , tendo como companhia esse gato amigo.
Brisas doces *
Olá! A verdade é que não posso deixar de escrever.
EliminarFico feliz por saber que aquilo que escrevo, te toca com ternura numa deliciosa cumplicidade...
Brisas doces.
Albino,
ResponderEliminarhá textos que não se leem acontecem. O teu é exatamente assim: uma espera que respira, um silêncio que se derrama em significado, um instante suspenso entre o rumor dos plátanos e a ternura do teu gato, esse cúmplice silencioso das tuas horas.
Há uma beleza rara na maneira como transformas a solidão em algo quase habitável, quase luminoso. A esperança, essa que descreves como ensurdecedora, chega a mim como um coração que quer se fazer ouvir mesmo quando tudo ao redor parece sussurrar.
E enquanto a nuvem de pombos desenha o céu sobre ti, fico com a impressão de que o teu texto não fala apenas de espera fala do modo como o afeto perdura, mesmo quando o corpo não atravessa a porta. Há presenças que permanecem, mesmo ausentes.
Um abraço cheio de brisas e janelas entreabertas,
Fernanda