Fecha
os olhos e deixa a mão descer pelo declive do teu peito. Não tenhas pressa – o
toque é uma linguagem antiga, anterior às palavras, anterior ao próprio corpo.
É um idioma sem gramática, onde cada curva te reconhece e cada sombra se
oferece em silêncio. Há um murmúrio entre os dedos, um lume que não queima,
apenas acende. E, quando o gesto se completa, o corpo inteiro é uma sílaba de
luz – um segredo que se diz sem voz, e nunca se apaga. Abre os lábios, o corpo
escuta o que não se diz: o seu próprio rumor, o eco do desejo. Há uma música
que nasce nos dedos, um compasso que se repete no fundo da pele. Nada é
urgente. Tudo é agora. A mão desliza, e o tempo dissolve-se no calor que se
inventa. És brisa e desejo, pulsação e silêncio. E no instante em que te
descobres, o mundo inclina-se para te ouvir suspirar. Depois, o corpo é apenas
bruma e repouso, e a pele aguarda o rastro do fogo, como quem conserva um
segredo. Há ternura no cansaço, uma doçura que não pede nada – apenas
permanece. O toque já não busca: recorda. Respiras devagar, e cada sopro é um
vestígio de amor que se recusa a morrer. O mundo volta a girar, mas dentro de
ti algo ficou suspenso – um silêncio quente, pulsando, onde antes havia desejo.
É o mesmo lume, agora manso, que ilumina por dentro o nome que ainda há pouco
sussurravas.
albino santos
* Reservados Todos os Direitos de Autor
Ya el título es un poema en sí mismo... y la prosa se florea plena de destrezas, hallazgos y detecciones... propias de tan personal Poeta!!
ResponderEliminarAbrazo pleno de admiración!!
Solo en silencio detallas tu sentir más íntimo, la prosa es bella y armoniosa, descansa en tus sentidos.
ResponderEliminarAbrazo
Me gusto las palabras unidas a la imagen, es muy sensual la forma en que nos has descrito esa música que se proporciona y es la misma, es sinfonía de la felicidad.
ResponderEliminarUn abrazo.
Oi A.S
ResponderEliminarHá muita beleza em toda música que compõe ,negando a urgência e fazendo sentir que a vida não precisa ser dividida em antes ,mas no agora. Há ternura , muita ! e deixemos os olhos fechados para que a canção nos embale. Parabéns sempre, amigo . Um beijo.
Uy que apasionado relato. te mando un beso.
ResponderEliminarMuy muy erótico! Un abrazo Albino!
ResponderEliminarOlá, poeta Albino!
ResponderEliminar"Respiras devagar, e cada sopro é um vestígio de amor que se recusa a morrer. "
Que colocação bonita!
Demonstra sensatez nas emoções... é preciso sentir o sabor de cada gesto.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos
Belleza poética de la mano de tu talento!
ResponderEliminarbesos!