NOTA PRÉVIA,
Depois de uns dias longe das letras, volto
às origens, como quem regressa de uma grande viagem, como quem, por fim, volta
ao colo materno sugando o bico leitoso do seio da mãe. O POLIEDRO, ganhou vida,
segue o seu destino, libertou-se da tela negra do computador e terá o sol, a
noite e os astros guiando o seu destino. É com um indisfarçável júbilo que
regresso ao convívio dos meus amigos, mais feliz, mais urgente, porque também
senti a vossa falta.
Espero
poder contar a vossa presença e com o vosso carinho de sempre.
***
O Poema
é delicada seiva em movimento procurando caminhos por entre sombras agitadas,
rompendo silêncios, vencendo a obscuridade. Pensemos na volúpia de o ler. No halo de
mistério que o envolve. No prazer de lhe revelar o oculto, sobretudo quando o
lemos na intimidade de nós próprios, recetivos a todas as sensações,
estabelecendo com ele uma relação de cumplicidade que nos envolve num plano de
superior encantamento. Há muitas formas de desvendar tudo o que o Poema oculta,
mas a mais fascinante é dissolver-nos na sua seiva, percorrer cada uma das
metáforas até nos perdermos entre a arquitetura das palavras. Esse, é o risco que o Poeta escolhe para fazer uma viagem de onde nunca mais se
volta; ou, se há regresso, ele traz-nos ao areal onde vêm morrer todos os
sonhos que ouviram o cantar da sereia.
É essa busca que nos
concede o prazer único e incomparável da Poesia.
albino santos
( In POLIEDRO)