
Aperta-se-me o
coração,
foge-me o verso, agora!
foge-me o verso, agora!
E eu, poeta
emudecido
e sem inspiração,
não me sinto
vencido
por esta demora.
É mais acima que o
mistério mora.
É assim a poesia!
Nunca se anuncia,
vem sempre sem
aviso.
E se o verso não
diz o que é preciso,
enquanto durar esta
mudez
sou um inquieto
catavento,
que na timidez
do seu incerto movimento,
sabe que o poema
há-de vir no seu momento.
há-de vir no seu momento.
É assim a poesia!
Uma noiva tardia,
uma espera
impaciente.
Mas eu sei que de
repente
deixarei de estar
calado.
E o poema tão
esperado
que já nada o
limita,
será um grito de
alma que necessita
ser ouvido e compartilhado!
ser ouvido e compartilhado!
albino santos
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