Ela
dança. Soberba e magnífica
na sombra da música.
Na sensualidade dos gestos,
sacode o corpo
com o mais sedutor olhar,
como quem exorciza
os terríveis demónios da solidão.
Redescobre um sorriso a cada gesto,
liberta o prazer da prescrição de todos os tabús.
A música, minuciosa e delicada,
desliza no seu ventre sombrio,
acendendo uma promissora luz
no rumor dos olhos.
E o seu corpo ondeia,
exalta e rompe majestoso
entre excitados e secretos murmúrios,
construindo longes e madrugadas,
reinventando
a própria criação.
albino santos
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