Surges sob a transparência vermelha
na
seda da noite.
Vens como um poema sem rima
e a noite sorriu, suspirou de prazer
em reflexos de perturbado gozo.
O perfume corre-te pelo peito,
derrama-se no estuário do ventre,
como uma lenta bebida que nos impregna
com o seu veneno.
Na pele nua, onde passeiam carícias
exibes a penumbra perfumada
por entre a brisa dos suspiros
que não podes conter.
Na boca, pressente-se
o húmido murmúrio do amor
molhando o silêncio,
enquanto a noite suspira de prazer
e o desejo avança
como fogo nos campos secos do estio.
Na doce volúpia da entrega
respiro a nudez
do teu corpo de mulher
que levemente me afaga o rosto
como se uma brisa suave
embarcasse nos meus olhos
e enfunasse a mais sublime das imaginações
Na tua boca amordaço o beijo
enquanto os teus seios me nutrem
como uma boca sóbria e delicada
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