Entraste
como um poema na minha vida,
plena
de encantos, despojada de medos,
preenchendo
a doçura melancólica de todos os outonos.
Na
ébria vertigem das palavras,
transformaste
uma hora, um dia, um momento em eternidade,
como
se eu fora, desde sempre, o teu destino.
Caí
lentamente nos braços da tua voz,
percorri caminhos de luz dentro dos teus olhos,
abracei o teu corpo ondulante
e nasciam rosas onde te mordia.
Mas
os mais ocultos versos revelaram-se na nudez
do teu sorriso e nos contornos acesos dos teus lábios.
Penetramos
no silêncio um do outro
falando a mesma incandescente língua,
de veemências suaves e sabores secretos.
Entraste
como um poema na minha vida…
um poema insone,
como
um tecido de água a arder num abismo.
albino santos
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