Quero ser o teu barco. A tua viagem.
O vento que sopra as velas e determina
o rumo
A tua noite sobre a minha pele
O luar que brinca na penumbra do teu
corpo
O teu olhar na vertigem das mãos
A ponta incendiante dos teus dedos
O desejo entorpecido na alvura dos
seios
A caricia furtiva das manhãs
O lume que graceja entre as gotas de
orvalho
A
palavra intrusa dentro da boca
A tua voz renascida no silêncio
orquestral do nevoeiro
O insensato rumor que torna vertical a
minha sombra
A colheita que devassa a intimidade
dos frutos
O poema, para o qual ainda não encontrei a
última estrofe.
albino santos *Reservados Todos os Direitos de Autor |