Oxalá amanhã haja sol
para que regresse a original lucidez
e o seu calor dissipe as sombras negras
que te rodeiam.
Oxalá amanhã haja sol
para percorreres a estrada desértica
que ficou suspensa entre o tudo e o nada.
Oxalá amanhã haja sol
para te libertares destes dias sem cor,
que te conduzem sempre
ao piar dos pássaros da noite.
Deixa sair de ti
um tempo que precisa renascer!
Olha além do traço curvilíneo do horizonte
que ilude as todas as distâncias.
Não fiques adormecida
pelos dias que passam,
pelos sons que se repetem,
pelo tempo que se gasta a olhar o nada.
Partilha comigo o momento
onde a sensatez se despe de preconceitos
e vem navegar neste mar envolvente
sem rota definida onde declina
a ternura dos gestos… a força da vida.
Fecha-me as pálpebras queimadas
pelo nevoeiro da tarde
antes que as sombras da noite
sejam submersas pelas águas dos sonhos.
albino santos
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