EU NÃO ARDO NAS SOMBRAS, CONSTRUO ALVORADAS!...
sábado, 25 de abril de 2015
MORRI NOS MEUS OLHOS
Ouviu-se um grito.
Um só grito e mais nada.
Como se um rio tivesse morrido de sede
porque a solidão secou a nascente.
Ouviu-se um grito.
Um só grito e mais nada.
Escureceu de repente
e eu morri nos meus olhos.
Extinguiu-se a luz de um olhar
inapagável,
porque lhe foi seca a fonte
onde nascia a raíz do poema
e o sonho... e todas as sedes.
E foi seca a ternura.
Morri nos meus olhos.
De secura,
quando os meus olhos
encontraram os teus e cegos de luz,
se precipitaram no abismo.
albino santos
*Reservados Todos os Direitos de Autor
terça-feira, 14 de abril de 2015
ESCURA É A NOITE
Esperei por ti tão
longamente
enquanto as primaveras se exauriam
e os súbitos invernos aconteciam…
Esperei por ti
ao frio, à chuva, ao vento,
abrigando no peito o desalento,
fechando os olhos à recordação.
Mas nenhuma rosa floresceu,
nenhum espinho veio ferir-me a mão.
Nada aconteceu!...
Com o tempo acossado nos olhos
e as mãos fatigadas de desejo,
resta-me apagar os traços
de qualquer ternura,
esconder-me de mim na noite informe,
que torna a noite sempre mais escura.
enquanto as primaveras se exauriam
e os súbitos invernos aconteciam…
Esperei por ti
ao frio, à chuva, ao vento,
abrigando no peito o desalento,
fechando os olhos à recordação.
Mas nenhuma rosa floresceu,
nenhum espinho veio ferir-me a mão.
Nada aconteceu!...
Com o tempo acossado nos olhos
e as mãos fatigadas de desejo,
resta-me apagar os traços
de qualquer ternura,
esconder-me de mim na noite informe,
que torna a noite sempre mais escura.
albino santos
*Reservados Todos os Direitos de Autor
*Reservados Todos os Direitos de Autor
terça-feira, 7 de abril de 2015
LEMBRANÇAS
Feliz, o vento enlaça o meu destino
nas sombras da paisagem,
jardim devassado
que outrora aconchegou
o nosso último desejo.
É esse o instante em que te invoco
em silêncio.
Hei-de recordar-te sempre,
porque ainda persiste
uma doce recordação de ti
no fundo de um sonho.
Estes jardins, de etéreos momentos,
não morrem nunca.
Conservam o mesmo aroma
que se colava na candura
dos nossos corpos,
reacendem vozes secas que sibilam
sob o musgo das pedras fendidas.
Pegadas nómadas,
mesmo não sendo mais que uma lembrança.
albino santos
*Reservados Todos os Direitos de Autor
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