A distância que nos separa
apenas existe
na infinitude do espaço.
Mas num fugaz instante ela se dissipa
quando vens suave na noite em que me deito.
Quando cerras as pálpebras
antecipando o aproximar dos lábios
e no teu ventre irrompe a vertigem do desejo
a devorar instantes.
Quando a nudez anseia exceder a luz
como uma súbita chama crepitando sobre a pele.
Quando na tua boca se ouve
um murmúrio que, pouco a pouco, se transforma
num suspiro, numa súplica, num grito.
Quando as caricias respiram
na curva dançante dos teus seios
e o espaço esvanecido entre as tuas pernas
abre uma metáfora…
albino santos
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