A noite move-se,
escorre pelas paredes nuas,
alagada pelos sussurros, o riso, os perfumes,
os prazeres…
a pele musical estremece
e debaixo da música dança o éter.
Estremece uma boca noutra boca.
O rumor do desejo fecha-se no calor das mãos
pousadas sobre o nocturno corpo.
Devagar. Corpo a corpo. Amanhece.
É tempo de substituir a noite
pela cinza incandescente dos dias,
porque são terríveis os olhos do amor
quando ficam vazios…
albino santos
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