Havia uma certa delinquência
no seu olhar,
um doce sorriso desnudado
que se acendia em seus lábios aveludados,
como um lume mágico que se transformava
num prazer devasso e delicado.
Havia um brilho profano
no seu olhar,
uma luz incógnita que no meu se derramava
pleno de ousadia,
onde o poema sempre acontecia.
Havia um desejo consentido
no seu olhar,
uma cumplicidade fácil de entender
que só para mim se revelava.
Era uma vontade silenciosa, quase
secreta,
um doce açoite
que acontecia no calor da noite.