A noite voraz que declina
sugou o sono dos meus olhos.
Vagueio pelo ar colhendo estrelas
no cenário sem fim do universo.
Senti abrir a porta. Olhei.
Vi a tua sombra que fugia
deixando atrás de si
um ar frio, uma nuvem que voa
branca de não ser nada.
Como poderei agora
tomar-te o corpo inteiro
se só na tua boca é verdadeiro
o lume que na língua se demora?
albino santos
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