Não deixes que o amor se prenda
nos espinhos de uma rosa. O amor foi feito para tocar sem pressa, na delicadeza
das pétalas, onde tudo é vivo e palpitante. O toque certo não rasga: desliza. Mãos que conhecem o caminho não têm pressa de chegar; percorrem, sentem,
exploram, como quem lê um poema escrito sobre a pele. Há rosas que se fecham
por medo; Há outras que se abrem ao primeiro sopro que lhe beija o âmago. A fragrância
que exalam não é só perfume – é confissão. É um pedido mudo de ternura, para
que o amor entenda o idioma secreto da entrega. Afasta o amor dos espinhos
afiados da insegurança, que arranham até o mais puro desejo. Leva-o ao âmago da
flor, onde o calor é quase chama, e a respiração se mistura com o perfume da
pele. Ali, cada pétala é uma fronteira ultrapassada, cada suspiro é um abismo
que se atravessa, cada toque a certeza de que nada mais importa fora daquele instante.
E quando a rosa enfim se oferece inteira, o tempo deixa de existir e o mundo se
resume ao instante em que cada pétala é um suspiro profundo que se desfaz na
boca. Aí, o amor não se magoa. Aí, o amor floresce!
albino santos
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