É espantosa a noite no teu rosto.
Não a noite sombria dos medos
mas a noite profunda, onde o silêncio respira
e tudo ganha profundidade.
Há em ti um crepúsculo lento,
Uma sombra que não se esconde – revela.
O teu olhar carrega estrelas cansadas,
dessas que só brilham
para quem se aproxima sem pressa,
como se já soubessem
onde o meu corpo hesita
e onde a minha vontade cresce.
E, quando te olho,
é como entrar num quarto onde a luz
quase se apaga, para que os teus gestos
falem mais alto que as palavras.
A noite em ti é espantosa
porque é viva. Porque pulsa.
Porque me envolve antes do abraço,
me desnuda antes do gesto
e me deixa à mercê do que ainda não aconteceu.
E quando sorris,
é como se o amanhecer tivesse decidido
nascer só para mim.
*Reservados Todos os Direitos de Autor
Sem comentários:
Enviar um comentário