Sinto
a noite dentro do meu corpo
por
estas ruas de sombra onde caminho.
A
sombra gelou o ar, saída de mim,
retardatária
e dormente.
As
palavras vêm ter comigo,
preenchendo a ausência que sustento
no sangue.
preenchendo a ausência que sustento
no sangue.
Guardo-as,
para saciar a fome
que
não sei quando terei.
Na
taça já vazia do dia sorvido,
vejo
o reflexo do teu rosto,
encontro vestígios do teu sabor
encontro vestígios do teu sabor
e respira-me a persistência
com
que busco a tua leveza de ave a desafiar o
abismo do voo.
Mas
ainda me interrogo
porque
continuo a vislumbrar que se aproxima
quem
não verei jamais,
neste
ou noutro horizonte, enquanto,
um
a um, os instantes se vão desprendendo.
Extinguiu-se
o sol em que me via
e
quando existe… a noite principia!
albino santos
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