Vens.
Com a luz quase despida. Devagar, como quem deixa um sopro fatigado sobre a
boca. Mas toca-me a pele antes de me tocares a alma. Deixa que os teus dedos
aprendam o idioma do meu corpo – esse idioma que não se fala, apenas se sente.
Que o arrepio seja a primeira palavra entre nós, a sílaba que abre caminho ao
silêncio cúmplice. Desce os degraus por onde desce a sombra e encosta-te a mim,
para que o teu calor se confunda com o meu e que, num rumor imperceptível, a fronteira
entre nós se dissolva na febre do instante. Porém, não me ofereças ainda o abismo da
tua alma: desperta-me primeiro do sonho, dá-me a realidade em forma de beijo,
ou de um suspiro que rasga a noite, para que eu veja o fogo dos teus olhos
luzir no escuro. Quero que as tuas mãos sejam carícias sobre a minha pele, que
cada gesto teu seja desejo, prelúdio, vertigem. E quando já não houver
distância entre o teu corpo e o meu, quando a tua pele for já a extensão da
minha, então, abre-me a alma. Que seja como um segredo sussurrado ao ouvido, em
que se acredita apenas no limite do prazer. Aí, já não saberei se desperto ou
se ainda sonho, pois ambos se tornam na mesma secreta e única realidade.
albino santos
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El amor en cuerpo y alma, qué más? Un abrazo Albino!
ResponderEliminarOlá, poeta Albino!
ResponderEliminar"Quero que as tuas mãos sejam carícias sobre a minha pele, "
Só se houver amor acontece toques suaves de intenso deleite. Caso contrário, são apenas toques, não mais...
Muito bonito tudo por aqui.
Tenha uma nova Estação abençoada!
Abraços fraternos
Albino, argumentas con calma y sentimiento...El amor comienza por el descubrimiento del otro, la vista, el oído, el tacto...Todo ello nos lleva poco a poco al interior, al alma que espera mirarse y encontrarse en otra alma con la misma madurez e intensidad...Muy bello, amigo mío...Mi felicitación y mi abrazo por tu entrega a la poesia y al sentimiento.
ResponderEliminarRegreso de nuevo con vosotros y me alegro de leerte, Albino.