EU NÃO ARDO NAS SOMBRAS, CONSTRUO ALVORADAS!...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

SOB O GESTO VAGO DO SILÊNCIO

                                                    

                                                 Sob o gesto vago do silêncio,
                                                 escuto o balbuciar da roupa que te veste
                                                 e que, ao cingir-te, vem desdobrar a cambraia
                                                 dos meus sonhos. Supremo encanto
                                                 dos meus devaneios.
                                                 Meus olhos inundam-se da luz ofuscante
                                                 de um divino sol e, dormentes, as pálpebras
                                                 caem-me a arder-me na retina visionária.

                                                 Sinto então o cruel e fustigante açoite do destino,
                                                 que me alfineta os olhos de raiva,
                                                 por não poder sequer  tocar as tuas vestes.
                                                 Ah!... Como invejo esses tules e sedas delicadas,
                                                 gargalhando em vertigem
                                                 e filigranam renda de prata sobre a tua carne dourada…

                                              



albino santos
*Reservados Todos os Direitos de Autor

12 comentários:

  1. Definitivamente... Não há nada como o açoite do destino.
    Outras vezes tbm nos presenteia com dádivas inenarráveis.

    bjo de luz
    e paz...

    L.L.

    ResponderEliminar
  2. É no silêncio que memórias, desejos e sonhos vêm à superfície e nos transportam ao anseio de algo que por vezes não está ao alcance do toque.
    Como sempre de extraordinária beleza.

    Bom domingo

    Com amizade Bjgrande do Lago

    ResponderEliminar
  3. Pleno de sentimentos.

    Como gosto de ler esta tua sensibilidade em versos.

    De volta! Senti saudades.

    Um beijo, AL.

    ResponderEliminar
  4. Olá AL,

    Gostei demais do poema e das expressões poéticas: "desdobrar a cambraia dos meus sonhos" e "tules e sedas gargalhando em vertigem".
    Você é um grande poeta.

    Obrigada pelo carinho da presença em meu recanto.

    Feliz semana.

    Abraço.

    ResponderEliminar
  5. Uma imagem que por si demonstra a sensualidade que tens nas palavras....
    "Supremo encanto dos meus devaneios."
    Beijo de....
    Saudade

    ResponderEliminar
  6. vestir-se de desejo e leveza..
    assim são teus versos...
    amo!
    beijos e um lindo dia..

    ResponderEliminar
  7. Se ler uma e outra vez fica sempre a mesma sensação: a sedução com que vestes as palavras
    e o encanto da delicadeza neste despir poético.
    De resto, sempre digo que tens o enorme privilégio de saber contornar a sensualidade de uma forma única.
    Beijo, AL!

    ResponderEliminar
  8. Sublime sentimento fustigado pelo destino amigo meu.
    Bjinho cheio de luar

    ResponderEliminar
  9. Dourados versos
    cheios da luz
    do sol!
    Acordo feliz.
    bjs

    ResponderEliminar
  10. Não invejes, poeta, as vestes que cobrem o corpo amado..... elas são apenas o véu que o vela ao teu olhar sedento e ansioso. Fecha os olhos sem raiva, deixa que as sedas e as rendas te toquem, assim chegarás a doçura da pele que sonhas...
    Forma linda e tão tua de aflorar a sensualidade..
    Beijos de lua

    ResponderEliminar
  11. Al,
    tens um poder de sedução que te veste e te despe de poesia.
    Um beijo!

    ResponderEliminar
  12. Hoje vou vestir-me de ternura.
    Ousar passear na rua
    dos teus braços,
    caminhar, dedo a dedo,
    pelos fios do teu cabelo,
    desaguar no mar bravo
    do teu corpo
    e sorrir.


    ...porque me apeteceu!

    Um abraço :-)

    ResponderEliminar