EU NÃO ARDO NAS SOMBRAS, CONSTRUO ALVORADAS!...

sábado, 13 de maio de 2017

ESPERO-TE



Parei de escrever. Espero-te.
Uma nuvem de pombos paira incessante sobre o lugar onde me encontro. Aqui, ouve-se tudo. Ensurdecedora é sempre a esperança, quando o mais leve rumor me faz supor que são os teus passos. Vem então o quente da memória tornar a tua imagem evanescente sob a breve comoção dos plátanos...

Vou à janela, ouço ainda melhor o ruído do vento, explodindo obsessivo do outro lado do rio, lambendo as frestas entre o arvoredo. Parece-me ouvir a doce surdina do teu corpo, mas, de certa forma, escuto atentamente a solidão. Eu e o meu gato na mais genuína cumplicidade.

albino santos
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3 comentários:

  1. Não!! Não poeta! Não pares de escrever, não deixes que só o vento preencha os espaços, vagos de poemas e prosas.Abre todas as janelas - da alma e do coração - da casa, dos sonhos, da esperança; deixa que o sol beije a folha de papel e incendeie as letras, para que se enfeiticem e se juntem. Se prendam num bailado louco, se doem numa entrega sem fim e façam brotar o mais belo poema de vida.
    Aquele que apaga a solidão, que enterra a distância e preenche o vazio.

    Uma cumplicidade saudável, porque um gato é companheiro atento; vai ser ele que te vai mostrar a chegada mais aguardada de todas....
    Um poema de nostalgia e sonho esfumado, mas onde a esperança não pode morrer.
    Belo AL, como sempre, de mestre.
    Beijo de luar

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  2. Andando eu por aqui a vestir-me de bela poesia (sua) ainda bem que não parou.
    às vezes temos de fazer uma pausa.
    Bonito momento este cheio de nostalgia e solidão.
    Uma solidão onde vai de certeza voltar a encontrar se , tendo como companhia esse gato amigo.
    Brisas doces *

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    1. Olá! A verdade é que não posso deixar de escrever.
      Fico feliz por saber que aquilo que escrevo, te toca com ternura numa deliciosa cumplicidade...
      Brisas doces.

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