Sentir-te
em mim, terna e amante, é mais que sentir a tua presença – é um grito de
silêncio e vertigem, um instante suspenso entre o que somos e o que sonhamos
ser. Quando estás em mim, quando o teu corpo se rende ao meu com essa doçura quase
luminosa, habito algo maior que o teu corpo: Uma constelação louca, acesa de
desejo e ternura, que dança acima do tempo, onde o tempo jamais ousa entrar. Nessa
órbita em que giramos, nos teus olhos doces e na tua pele macia como uma brisa quente,
há uma luz por trás de toda a magia da noite que não vem do mundo, mas do amor.
É o luar que beija nossos corpos por debaixo da noite, cúmplice do segredo que
somos. E tudo em ti me chama: os teus silêncios falam a linguagem do desejo, os
teus suspiros são mapas que sigo com os dedos acesos, trémulos de emoção. E tu,
em mim, és muito mais que corpo – és abrigo, ternura, vértice do que é sagrado.
És o murmúrio mais puro da noite, esse instante em que o mundo se recolhe e só
restamos apenas nós dois. E quando te sinto assim – tão minha, tão presente
como um perfume que nunca parte – compreendo que amar-te é habitar esse céu
íntimo e subir os todos os degraus que nos conduzem à morada dos astros.
albino santos
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