Amanheci
no teu rosto, como quem desperta dentro de um suspiro. A claridade, ainda
tímida, arrastava-se pela pelo enigma do teu silêncio. Havia no contorno dos
teus lábios uma noite inteira que se recusava a partir. Eras madrugada e aurora
ao mesmo tempo, eras luz e sombra, e eu, sem saber se sonhava ou apenas dormia,
deixei-me ficar preso no intervalo entre o teu suspiro e o rumor do dia que
nascia. O lume extenuado da noite ainda ardia em ti, um brilho lento que tecia
nos contornos do teu corpo a última memória das estrelas.
Deixei errar a mão
sobre a tua cintura, com a delicadeza de quem teme quebrar a eternidade, e descobri
no calor do teu corpo a alquimia secreta do desejo. Havia em cada linha da tua
pele um convite, em cada gesto do teu corpo uma vertigem, e eu, rendido à tua
sedução, deixei-me entregar ao milagre de existir contigo. Eras música sem som,
poesia sem verso, chama sem cinza – e eu era apenas alguém aprendendo a
renascer nos teus olhos.
albino santos
* Reservados Todos os Direitos de Autor
Qué sensación tan maravillosa poder despertar desde su cara, existir ambos uno en el otro y de esa manera, renaciendo en sus ojos, sin necesitar nada más, ardiendo en el interior.
ResponderEliminarUn placer leerte, Albino.
Que pases un feliz viernes.
Besos.
Ay momentos que son irrenunciables, miradas que lo dicen todo, la piel que vibra al mismo compás...
ResponderEliminarPrecioso Albino!
Buen finde!
Besos