EU NÃO ARDO NAS SOMBRAS, CONSTRUO ALVORADAS!...

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

TALVEZ





                                        Talvez passasse sem a tua música,
                                        sem conhecer teu ébrio mar,
                                        onde as línguas lambem a sede dos náufragos.
                                        Mas decidi partir ao encontro do azul sem trégua,
                                        perder a rota, a sensatez.
                                        Quero aportar nas mais íngremes falésias
                                        com as unhas cravadas na rugosidade das pedras,
                                        com o medo a salgar-me a boca e os olhos
                                        no alto do abismo, 

                                        onde o mar e tu se revelaram
                                        nos meus sonhos.
                                        Prefiro arriscar a queda, a ser quase nada de mim!...



albino santos
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7 comentários:

  1. É muito tempo que o tempo nos tem
    É penoso o caminho nas escarpas sem eco
    É urgente mergulhar no azul, lavar os olhos de luz . De paz . De sonhos
    É tão bom ler poesias como as tuas
    Beijo AL!

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  2. Pensaste bem caro poeta
    e porquê não? Arriscas-te tudo
    para perdeste nesse mar sem fim...
    com bons olhos te vejo.
    bjsssssssss

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  3. Quando o amor está intocável a alma pinga , o sonho cresce ,o desejo está patente
    No mar sem fim estará a vida...Há que tocá-la mesmo parecendo não ser possível.
    A vida corre tão depressa.....................

    Maravilhoso

    Bjgrande do Lago


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  4. Vim reler-te... e que bom perder-me neste «ébrio mar»!
    Delicioso o teu poema.

    Um beijinho.

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  5. Mergulha no mar ébrio de azuis e verdes esmeralda, deixa que a alma se prenda nas rugosas pedras porque só assim a música de um amor intangível pode de facto ser ouvida nas falésias silenciosas de sonhos e desejos.

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  6. Falésias, onde descanso o olhar...
    E o mar...e o mar... é feito de azul,
    de abismos e de sereias à luz do luar.
    Ao cair da tarde, um fogo sem igual
    todos os dias se deita  para lá do horizonte...
    ...e arde...e arde...E eu  sou a  bruma, e o sal, a brisa e o vento,
    o último  raio de luz, a lamber o areal...
    um sorriso ou um lamento...
    Ao longe,  as falésias gritam.
    Um pássaro ferido, voa em queda livre,
    todos os dias,
    para habitar a claridade que existe,
    nos meus olhos...
    Margusta. 

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    Respostas
    1. Ao cair da tarde,
      quando tudo arde para além do horizonte
      e o último raio de luz lambe o areal,
      um pássaro ferido, de asas soltas,
      procura a claridade dos teus olhos!
      Em falésias de mágoas,
      quando tudo arde num fogo sem igual,
      lembro-me de ti,
      esqueço o mundo em meu redor,
      amordaço na boca o beijo que me queima de saudade…
      … e arde…arde…arde…
      até que o crepúsculo me recolha
      na sua sombra!

      AL

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