SEMPRE O SOUBEMOS!

 

Descrevi-te ao longo de todos estes anos nos meus poemas, até ao mais ínfimo pormenor. Sempre te soube de cor. Amei-te vezes sem conta e tu leste-me avidamente em cada palavra, em cada parágrafo. Mas não dei pelo vento da vida, levando em direcções diferentes os passos que nos juntaram e nos transformou em pedras calcinadas, sem a melodia das nascentes. Porém, que alquimia de sensações corre ainda pelos nossos lábios, traduzindo a sua silenciosa verdade?

Não precisas tocar-me para saberes que te desejo
Não preciso tocar-te para que me desejes
Sabia que um dia nos encontraríamos
Sempre o soube
Sempre o soubemos

Quando isso acontecer, vou abraçar-te. E tu, vais colocar-te em pontas dos pés, como sempre fizeste. Roubarei as pétalas dos teus lábios, enquanto te beijo devagar. Sabes-me a sal, sabes-me a ti… e faremos amor com a mesma certeza, a mesma vontade e a mesma ternura de sempre!




albino santos
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